Paixão feminina em Pentesiléias
Mais e seria um drama para não sair de cartaz tão cedo. “Pentesiléias” é uma peça excessiva, apaixonada, sobre a paixão feminina.
Mistura a tragédia grega com o mais brasileiro dos melodramas. Num mesmo personagem – A Pentesiléia como rainha, de Bete Coelho – mistura Medeia com Lorena Bobbitt.
Daniela Thomas é a responsável, nesta sua primeira peça. Para quem respondia pela forma nas peças de Gerald Thomas, pela imagem, ela saiu-se bem demais com o conteúdo.
O texto impressiona ao retratar um mundo contraditório, em que as mulheres – como seria o caso de Camille Paglia, para lembrar a maior fonte da peça, maior talvez do que Kleist – reúnem a delicadeza do romantismo com a afirmação do feminismo. Ou nem uma nem outra.
Numa fase, a última, da Pentesiléia como uma princesa, de Giulia Gam: “Beijar, morder, qual a diferença?” - Nelson Sá
Fonte: Folha de São Paulo