10 perguntas dos leitores para Giulia Gam - Revista QUEM

09/01/2009 16:59

Giulia Gam vive um bom momento na carreira. A atriz, de 42 anos, pode ser vista atualmente em dois papéis de destaque na TV: como a ex-presidiária Diva Palhares, na novela A Favorita, e armando os maiores barracos na pele da ciumenta Heloísa, na reprise de Mulheres Apaixonadas. Apesar do ritmo intenso da reta final de A Favorita, Giulia arrumou um tempo para responder às perguntas enviadas pelos leitores de QUEM, encaminhadas pelo repórter Jonathan Pereira. Na entrevista, ela fala da carreira, mas evita comentar o relacionamento com Pedro Bial, com quem teve um filho, Theo, hoje com 10 anos. “Prefiro deixar esse assunto em seu lugar, que é o passado.”

  • Como é viver o papel de uma ex-presidiária, mulher e criminosa envolvida no tráfico de armas?

Débora Muniz, Belo Horizontes (MG)

Interpretar essa personagem foi surpreendente. Fiquei assustada no começo. Depois, achei fascinante. Nunca havia interpretado uma personagem com essas características. Sou contra armas, mas admiro a ousadia do autor em abordar esse assunto. Depois de assistir ao filme O Senhor das Armas, entendi que o mais importante é levantar essa discussão.  Mesmo de forma superficial, é interessante mostrar o que nunca foi mostrado em uma novela: a rotina e as condições de uma prisão no Brasil.

  • Se você fosse juíza, que punição daria a Diva por seu crime?

Cristiano Bessa, Pacajus (CE)

Como juíza não posso falar, pois desconheço a legislação. Na ficção, acho que a personagem já pagou uma pena de 15 anos e deveria pagar de alguma forma pelo fato de ter continuado com o tráfico. Um bom caminho talvez fosse a redenção, passar de contraventora a auxiliar da lei. Usar sua experiência para combater o tráfico.

  • Sou sua fã desde a novela Que Rei Sou Eu?. Que personagem você gostaria de interpretar na TV?

Janaína Santos da Silva, Rio Branco (AC)

Todas as personagens heroínas justiceiras. Gosto de interpretar histórias de amor.

  • Você começou como dublê de Vera Fischer numa novela (Mandala), mas não ficou com o estigma de “parecida com a Vera Fischer”. Como conseguiu se impor?

Cláudia Bastos, Rio de Janeiro (RJ)

Fiz a Vera Fischer jovem e fiz anos depois a Dona Flor, que foi interpretada por Sonia Braga. Procuro a essência do personagem e é possível que isso tenha sido decisivo em minha carreira. Interpretar opostos, tanto em sua essência quanto em sua história, talvez mostre minha maleabilidade como atriz.

  • Qual a diferença e semelhança das personagens Luiza, da minissérie O Primo Basílio, Heloísa, de Mulheres Apaixonadas, e Diva, de A Favorita?

Carla Cristine Santos do Nascimento, Castanhal (PA)

Todas elas falam do amor, mas cada uma de uma maneira diferente, embora sejam personagens apaixonadas. Como atriz, pude desenvolver cada uma delas. Luiza não consegue lutar por sua sobrevivência, é impotente e se pune,se entrega e morre. Heloísa é uma apaixonada patológica. Em A Favorita, Diva é camaleônica, mudou sua vida em função da realidade dos homens por que se apaixonou.

  • No decorrer de sua vida, você já agiu como Heloísa?

Roseane Pinto Bittencourt, Belém (PA)

Nunca agi, e minha questão nunca foi ciúme doentio. Buscar ajuda em grupos de apoio foi a melhor saída para Heloísa. Sofrimento não deve ser confundido com amor. Amor não é sofrimento.

  • Você foi casada com o Pedro Bial e teve uma separação difícil, envolveu a guarda do seu filho. Hoje, como você se comporta com relação a isso?

Rosane Reis, Campo Grande (RJ)

Prefiro deixar esse assunto em seu lugar, que é o passado.

  • Como foi sua adaptação cultural e a de sua família ao Brasil?

Lia Graça, por e-mail

Voltei pequena para o Brasil. Fui formada em São Paulo, apesar de ter um avô dinamarquês e um pai que viveu por dez anos na França. Tive muita influência em minha formação da cultura e educação européia. Convivi com as diferenças de cultura. Procuro achar um caminho do meio.

  • O que você, que teve formação teatral, acha dessa leva de modelos atrizes e atores?

Terezinha de Jesus Bezerra, Natal (RN)

É uma pena não termos um mercado forte para cinema, TV e teatro. Eu tive formação no teatro, e o teatro precisa de técnica. Lidar somente com a imagem é diferente. Existem vários atores com diferentes formações. Só fica quem for bom no que faz. No teatro, quanto mais velho melhor. Na TV, você é substituído pelos jovens.

  • Como você lida com a passagem do tempo e a vaidade? Acredita que cada idade tem  sua beleza?

Bethânia Negreiros Barroso, Florianópolis (SC)

Cada idade tem sua beleza e você deve viver plenamente o que cada idade tem pra te dar. Com o passar do tempo, a energia da juventude é substituída pelo aprimoramento da experiência, da sabedoria e felicidade. Procuro ser mais saudável e harmônica.

Fonte: Revista QUEM Acontece

Arquivo: Bia*