Entrevista com Giulia Gam, a Laura de Amor Eterno Amor
Giulia Gam chegou a ficar afastada da TV por 10 anos, mas, retornou e se divide entre a telinha, o teatro e o cinema
Filha única de uma psicóloga e um artista plástico, a atriz Giulia Gam nasceu na Perugia, Itália, quando seu pai realizava um curso de artes plásticas. Porém, a atriz voltou ao Brasil e viveu a infância entre a capital paulista e a fazenda que a família da mãe tinha em Penápolis, no interior de São Paulo. Aos 15 anos, Giulia começava no teatro, sob a direção de Antunes Filho, com a peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare, em São Paulo. Com o Grupo Teatral Antunes Filho, a atriz atuou em diversos espetáculos como Álbum de Família e Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues. Com a companhia de Antunes ela viajou numa grande turnê pela Austrália, Europa, EUA e Israel. No teatro de vanguarda, trabalhou ainda com importantes diretores, entre os quais Zé Celso Martinez e Gerald Thomas. Na TV, Giulia Gam estreou na Globo em 1987, convidada pelo diretor Roberto Talma, para trabalhar nos 15 capítulos iniciais da novela Mandala. Na trama de Dias Gomes, ela interpretou a versão jovem de Jocasta. Depois, a atriz emendou a minissérie Primo Basílio, de Gilberto Braga e Leonor Basséres, e as novelas Que Rei Sou Eu?, de Cassiano Gabus Mendes e Fera ferida, de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn. A atriz, também, atuou na série A Comédia da Vida Privada e na minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos. Em 2000, Giulia fixou residência em Nova York, onde aproveitou para cursar o renomado The Actors Studio. De lá, a atriz retornou, um ano depois. De volta ao Brasil, a atriz fez uma participação especial na novela A Padroeira e participou também de dois episódios do seriado Os Normais.
Depois de alguns anos afastada da TV, Giulia Gam retornou em Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos, no papel da ciumenta Heloísa, ganhando grande reconhecimento do público, já que a trama abordava problemas relacionados a crises conjugais e apresentando ao telespectador o grupo de auxílio Mada (Mulheres que Amam Demais Anônimas), criado nos moldes dos Alcoólicos Anônimos. Depois atuou ainda em Bang Bang, Eterna Magia, A Favorita e Tititi. “É bom a gente ainda conseguir mexer com as pessoas. O bonito dessa profissão é atingir a alma, tanto de mulheres como de homens”, analisa. No cinema, a atriz fez grandes personagens como nos filmes Aurora, Besame Mucho, Outras Estórias, Policarpo Quaresma, Herói do Brasil, O Passageiro – Segredo Adulto, Chico Xavier e Assalto ao Banco Central.
Fase difícil
Mãe de Theo, 14 anos, de seu relacionamento com Pedro Bial, Giulia Gamm, atualmente, se divide traquilamente entre a profissão e os cuidados com o filho. Mas, não foi sempre assim. Em 2000, depois de uma crise no relacionamento, ela foi morar em Nova York com o filho e o jornalista requereu na justiça a guarda do menino, alegando que a atriz não tinha condições psicológicas de cuidar do menino, na época com 3 anos. “Fui me proteger do assédio da imprensa, da exposição. Quando se fica frágil, não é um bom momento de falar com a imprensa. É bom falar de um assunto depois que ele passou”, disse a atriz em entrevista. Apesar de Pedro Bial ter ganhado a guarda provisória do filho na época, Giulia garante que nunca perdeu a guarda do filho. “Provisoriamente, Theo ficou com ele. Mas, exatamente por não ter havido negligência ao cuidar de meu filho, a guarda oficialmente ficou minha. Aí, entra numa questão de processo, de acusações. Não sei os motivos reais de ele ter agido assim. Quando a pessoa quer alguma coisa, usa das armas de que dispõe. Eu é que não usei as minhas armas”, disse a atriz, que prefere não comentar muito o assunto. “Posso dizer que a história é muito pior do que você possa imaginar, por isso, não vou falar. Eu e Pedro nunca conversamos sobre isso”, revelou.
Novos trabalhos
No ar como a jornalista Laura em Amor Eterno Amor, de Elizabeth Jhin, Giulia Gam firmou um acordo com os diretores para participar do folhetim. Ela não pode gravar nos finais de semanadevido a um espetáculo infantil Pedro e O Lobo, em cartaz em São Paulo. “Eu falei que estrearia este espetáculo e o Papinha e o Pedro Vasconcellos, diretores da novela, são pessoas muito bacanas, entenderam perfeitamente. Eles apoiam muito o teatro e me deram a maior força”, explica a atriz, que na trama faria o papel da terapeuta Beatriz, interpretada por Carolina Kasting. “Eu seria a Beatriz e a Carolina a Laura. Mas depois, quando começamos a trabalhar, a ensaiar e fazer laboratórios, acabamos trocando de papel por um pedido da direção e da própria autora”, conta.
Mesmo nesse ritmo acelerado, nos fins de semana, a atriz se entrega a narração de Pedro e O Lobo, com muito prazer: “Esse espetáculo me atrai, pois, ele não é infantilizado. É simples, mas, bem complexo. E fico muito feliz, pois, é um resgate do que senti no teatro, vendo orquestra, vendo teatro, bons trabalhos sem ser uma coisa para criança. Esse espetáculo, que junta música, narração e apresentar, não só para crianças, o universo dos bonecos, com uma orquestra, é maravilhoso. Causa um encantamento grande”, disse a atriz, acrescentando que sua narração é quase como se fosse uma personagem da história. Isso é que é ter talento e disposição!
Fonte: https://bit.ly/IQsVip