Giulia Gam e Wagner Moura unem talentos em Dilúvio...

17/09/2004 19:31

Com direção de Aderbal Freire Filho e texto de Marcelo Pedreira, peça em cartaz no Rio de Janeiro deve viajar pelo Brasil. Trabalho tem o apoio do fomento cultural

Giulia Gam e Wagner Moura queriam trabalhar com o diretor Aderbal Freire Filho. O fomento mercantil, com a cultura. Esse relacionamento teve um final, que continua, feliz. A peça Dilúvio em Tempos de Seca, em cartaz no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro, une os atores, o diretor e o apoio do fomento cultural. “O Aderbal é um dos grandes mestres que a gente tem do teatro, eu tinha muita vontade de trabalhar com ele e deu certo”, afirma Giulia. “Apresentei esse texto para ele, que é uma pessoa que incentiva muito os novos dramaturgos, e foi maravilhoso”.

Wagner comenta que está muito bem acompanhado. “Sempre ouvia falar de Aderbal, dos espetáculos dele, mas o Brasil é um país em que há uma dificuldade muito grande na circulação de espetáculos de teatro, e por estar na Bahia não tinha visto nenhuma peça dele até vir morar no Rio.” E o fomento cultural começa muito bem, com uma peça que une um dilúvio de talentos.

Wagner, que ficou “completamente enlouquecido” para trabalhar com Aderbal e contracenar com a Giulia Gam, afirma que a peça tem um texto “absolutamente vigoroso”. Ele destaca também o fato de um diretor consagrado como o Aderbal “se aventurar a montar autores novos, autores vivos”. O autor, Marcelo Pedreira, foi revelado na Mostra de Nova Dramaturgia Carioca de 2003. “O Personagem que eu faço passa um tempo muito grande em silêncio e isso eu achei uma coisa desafiadora, porque eu acho muito difícil silêncio no teatro.”

Wagner fica calado, apenas balbucia algumas palavras. Enquanto Giulia Gam “fala que nem uma louca, ele joga muitos baldes de água sobre sua cabeça”.

Giulia destaca a riqueza do texto, que discute por meio de um casal temas como amor, sexualidade, comunicação e solidão. “Eu gosto da redenção e da poesia que surge depois de toda a discussão desse primeiro encontro do casal”, diz.

A peça mostra o encontro de um escritor e uma modelo extravagante, no momento em que começa uma forte chuva. Ele está desesperado para escrever um livro e pede a ela que seja sua inspiração, posando. Dessa trama nascem os conflitos, apesar dos artifícios que usam para se conquistar, o que só acaba ocorrendo quando deixam de lado o que não é essencial.

Fonte: Fomento Mercantil

Arquivo: Nuno Bragança