Giulia Gam - Revista Conta Mais
Em um momento feliz da vida, Giulia Gam comemora um papel de destaque na novela Sangue Bom, em que interpreta Bárbara Ellen, uma famosa em franca decadência. Para completar a felicidade, a atriz garante que a superação da morte de sua mãe e da conturbada relação que teve com o apresentador Pedro Bial, pai de seu filho, Theo, 15 anos, foram decisivas para estabelecer a paz de espírito. “Precisei lidar com universos que nunca tinha vivido. A minha mãe teve câncer e faleceu em 2007. Minha energia ficou muito voltada para ela. Mas agora está tudo encaixado, no lugar. O Theo está crescido e a questão toda envolvendo o Pedro também foi resolvida”, contou Giulia, em entrevista recente.
Filha única de uma psicóloga e de um artista plástico, Giulia Gam nasceu na Perugia, na Itália, quando seu pai realizava um curso de artes plásticas. Voltou ao Brasil e viveu a infância entre a capital paulista e a fazenda que a família da mãe tinha em Penápolis, no interior de São Paulo. Aos 15 anos, começava no teatro em São Paulo, sob a direção de Antunes Filho, com a peça de William Shakespeare, Romeu e Julieta. Com o Grupo Teatral Antunes Filho, ela atuou em diversos espetáculos como Álbum de Família e Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues. Também viajou numa grande turnê pela Austrália, Europa, EUA e Israel, com a companhia de Antunes. No teatro de vanguarda, trabalhou ainda com importantes diretores, entre os quais Zé Celso Martinez e Gerald Thomas.
Na TV, Giulia Gam estreou na TV Globo em 1987, convidada pelo diretor Roberto Thalma para trabalhar nos 15 capítulos iniciais da novela Mandala. Na trama de Dias Gomes, ela interpretou a versão jovem de Jocasta. Depois, a atriz emendou a minissérie Primo Basílio, de Gilberto Braga e Leonor Basséres, e as novelas Que Rei Sou Eu?, de Cassiano Gabus Mendes, e Fera Ferida, de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn. Giulia também atuou na série A Comédia da Vida Privada e na minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos.
Em 2000, fixou residência em Nova York, tempo em que aproveitou para cursar o lendário The Actors Studio. De lá, a atriz retornou um ano depois e fez uma participação especial na novela A Padroeira e em dois episódios do seriado Os Normais.
Após um período afastada da TV, ela retornou em Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos, no papel da ciumenta Heloísa, ganhando grande reconhecimento do público ao abordar problemas relacionados a crises conjugais e apresentando ao telespectador o grupo de auxílio Mulheres Que Amam Demais Anônimas (MADA), criado nos moldes dos Alcóolicos Anônimos. “É bom a gente conseguir ainda mexer com as pessoas. O bonito dessa profissão é atingir a alma, tanto de mulheres como de homens”, analisa a atriz, que fez ainda as novelas Bang Bang, Eterna Magia, A Favorita, Ti Ti Ti e Amor Eterno Amor.
Giulia também brilhou no cinema com grandes personagens nos filmes Aurora, Besame Mucho, Outras Estórias, Policarpo Quaresma, Herói do Brasil, O Passageiro – Segredos de Adulto, Chico Xavier e Assalto ao Banco Central.
FASE DIFÍCIL
Atualmente, Giulia Gam se divide tranquilamente entre a profissão e os cuidados com o filho Theo, de seu casamento com Pedro Bial, mas, nem sempre foi assim. Em 2000, depois de uma crise no relacionamento, ela foi morar em Nova York com o filho, e o jornalista requereu a guarda do menino na justiça, alegando que a atriz não tinha condições psicológicas de cuidar dele, na época com 3 anos. “Fui me proteger do assédio da imprensa, da exposição. Quando se fica frágil, não é um bom momento de falar com a imprensa. É bom tratar o assunto depois que ele passou”, disse a atriz.
Apesar de Bial ter ganhado a guarda provisória de Theo, na época Giulia garante que nunca perdeu a guarda do filho. “Provisoriamente, Theo ficou com ele. Mas, exatamente por não ter havido negligência ao cuidar de meu filho, a guarda oficialmente ficou comigo. Aí, entra numa questão de processo, de acusações. Não sei os motivos reais de ele ter agido assim. Quando a pessoa quer alguma coisa, usa das armas de que dispõe. Eu, em momento algum, usei as minhas “armas”, explica Giulia, que prefere não comentar muito o assunto.
EXCÊNTRICA SÓ NA TV
Ataques de estrelismo têm sido freqüentes na vida de Giulia Gam, mas apenas na ficção. Em Sangue Bom, de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, ela encarna a afetada Bárbara Ellen, atriz em decadência que quer, a qualquer custo, ser o centro das atenções. Mãe de cinco filhos, sendo quatro adotados. Bárbara vai movimentar a história por destruir casamentos alheios para alcançar seus objetivos profissionais e pessoais. “É bacana mobilizar o público e causar um impacto dessa dimensão numa novela das 19h em pouco tempo. Mas imaginei isso quando li o texto. Estou achando o máximo”, comemora.
Na vida real, a paulistana afirma não estar tão interessada nos holofotes e que ainda se questiona sobre o fato de ter começado uma carreira na televisão, em que a fama tem um peso. “Há pessoas que oferecem um produto a ser vendido. Esse mercado não me interessa. Eu não teria energia para ficar lidando com isso, prefiro colocá-la no meu trabalho. Sempre tive excelente relação com a imprensa. Posso pecar por me abrir demais em momentos que não estão interessados em saber o que penso”.
Fonte: Revista Conta Mais
Arquivo: Bia*