Giulia Gam se revela - Revista Moda Moldes

20/08/1989 23:34

Giulia Gam. No teatro ela já colecionava prêmios há vários anos. Na TV, foi considerada revelação em 88, na novela Mandala. Agora, como a Aline de Que Rei Sou Eu? encanta os telespectadores com seu jeitinho doce e alegre. Um jeitinho de garota que sabe das coisas, como ela mostra nesta entrevista.

“Jogando búzios, descobri que sou de Oxum, das águas doces, um aspecto absolutamente tranqüilo. Demoro a reagir, mas na hora viro uma fera, é até assustador...” Capricórnio com ascendente em Virgem, Giulia Gam parece ter muito mais de bela que de fera, transmitindo extrema tranqüilidade, até mesmo diante da roda-viva das gravações da novela. “Não tenho nenhuma rotina. Já fui esportista, fazia esgrima e natação em São Paulo. Uma das coisas de que sinto mais falta é essa regularidade de praticar esportes. Acho ginástica superimportante: pelo menos duas vezes por semana, faço alongamento. Sem falar nas aulas diárias de canto, uma coisa que preservo muito.”

Personalidade firme, decidida, ela começou cedo. Com 15/16 anos, entrou para o grupo de Antunes Filho, sua primeira escola em teatro. Participou de várias peças, inclusive fora do país. A primeira vez que apresentou Macunaíma foi na Austrália. E, depois de uma tournée com o grupo pela Europa, ela resolveu dar um tempo para o Brasil. Giulia, que, apesar de brasileira, nasceu na Itália, em Perugia, só voltou em 86, dois anos depois. A estada no exterior mexeu com ela. “Queria experimentar coisas novas, senti que precisava. Comecei então a trabalhar com vídeo e cheguei a fazer alguns curtas. Foi quando Fernanda Montenegro me chamou para participar de Fedra, de Racine, primeiro levada a São Paulo e depois em várias capitais do país. E esse foi o meu primeiro contato com o Rio...” A televisão surgiu por acaso. Um convite para Mandala, depois Primo Basílio, Que Rei Sou Eu? Ela aceitou, mas com um certo receio. “Tinha medo de um trabalho tão longo. Saí de experiências  opostas, a gente passa um ano elaborando uma peça. Na televisão, não existe elaboração, você tem que ter uma atuação rápida. A minissérie é um tanto teatral, novela é outra experiência, o autor escreve e você não sabe o que vai acontecer, tem que ter o reflexo na hora. É verdade que Que Rei Sou Eu? foi diferente. Essa coisa de capa e espada é teatral, passa uma fantasi, permite a composição de personagens.”

Apaixonada pelo teatro, Giulia recebeu seu primeiro prêmio em 85, sendo considerada revelação pela atuação em Romeu e Julieta. Em Fedra, também foi premiada: melhor atriz coadjuvante. Mas ela reconhece que só quando se faz televisão é que a pessoa se torna famosa. “No teatro, você é conhecida apenas por uma elite. Por mais que se viaje, as pessoas dizem que um dia você ainda vai fazer uma novela das oito. É o parâmetro de reconhecimento.” E, realmente, Giulia Gam estourou em termos de grande público depois de Mandala, quando recebeu o prêmio de revelação pelo seu papel como Jocasta, ano passado. Mas apesar de tudo, gostaria de voltar ao teatro, sua referência mais forte. Outra paixão é viajar. Adora. Quanto à moda, interessa-a principalmente no que representa de estímulo. “Você tem a moda e os movimentos, dark, punk... Na Europa eles têm uma ideologia, aqui não. Lá você acaba recebendo isso por tabela. Acho a moda interessante nesse sentido, quando mexe com você de alguma forma. Mas nunca acompanhei muito, gostaria de até ter mais tempo para ver o que está acontecendo. Meu estilo não sei definir. Simples e clássico ao mesmo tempo. Compro o que gosto, mas às vezes mando fazer roupa, acho até mais legal. Mas é sempre baseado em coisas que já comprei e que gostei muito. Mando repetir, com uma ou outra alteração...”

Fonte: Revista Moda Moldes

Arquivo: Bia*

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