Saiba mais sobre o triângulo amoroso mais famoso da TV
Confira as curiosidades das gravações e dos bastidores da minissérie
Dona Flor e Seus Dois Maridos – 1998
O canal Viva traz de volta no dia 7 de fevereiro, na faixa de minisséries, mais um sucesso da TV brasileira: “Dona Flor e Seus Dois Maridos”. A exibição, uma homenagem ao centenário de Jorge Amado, acontece no mês do Carnaval, o que tem tudo a ver com a história. Afinal, a Bahia é o cenário e pano de fundo da trama sobre a vida amorosa de Florípedes Paiva (Giulia Gam), conhecida como Dona Flor.
Baseada no romance do escritor baiano, publicado originalmente em 1966, a ousada minissérie retrata a vida boêmia de Salvador nos anos 40, de forma atualizada para os anos 1990. O lançamento da obra foi um ato de coragem de Jorge Amado, que sempre retratou a realidade que estava à sua volta com descrições realistas. A adaptação do texto para TV é de Dias Gomes, com colaboração de Marcílio Moraes e Ferreira Gullar. Entre as novidades trazidas pela adaptação, a minissérie incorporou à trama o núcleo dos bicheiros, os vilões, que assumiu grande destaque. Além disso, Marcílio Moraes criou um casal homossexual inexistente na obra original, formado por duas filhas de bicheiros, Celeste (Dira Paes) e Juliana (Cyria Coentro), que iniciam um romance depois que a primeira se desilude com Vadinho (Edson Celulari), seu primeiro namorado.
Com muitas gravações externas, a minissérie mostra com bastante franqueza a realidade do Pelourinho, com seu povo trabalhador e seus malandros, típicos da época. Cheia de efeitos especiais, principalmente por conta das aparições de Vadinho, a produção contou com uma tecnologia de ponta para dar realismo às cenas fantasmagóricas. E não faltou capricho, mesmo contando com 4.500 figurantes que compuseram a história ao longo dos seus 20 capítulos. Na cena da morte de Vadinho em meio ao bloco afoxé Filhos de Gandhi, 15 membros da equipe técnica, caracterizada com túnicas brancas, como os próprios integrantes do bloco, utilizaram uma câmera, uma grua e uma steady cam para os planos gerais e detalhes em meio à multidão do desfile. Só para essa cena, mais de mil figurantes estiveram presentes: 500 integrantes da bateria, oito tocadores de clarins, dez integrantes da ala do canto e mais 500 desfilando.
Algumas outras sequências também exigiram produções igualmente cuidadosas, como, por exemplo, a festa de Iemanjá, no dia 2 de fevereiro, quando Flor e Vadinho se conhecem. As cenas aconteceram em Itapoã, com figurantes, barquinhos e barracas para compor o cenário. Outro desafio, que marcou a minissérie, foi a cena final, em que Flor desce a ladeira do Pelourinho de braços dados com Teodoro (Marco Nanini) e Vadinho, nu em meio a 350 figurantes.
Exibida originalmente em 1998, um dos maiores méritos de “Dona Flor e Seus Dois Maridos” é trazer o universo de Jorge Amado para a telinha, o que pode ser percebido desde a direção de arte até a veracidade do sotaque dos personagens. A produção faz parte do núcleo de Guel Arraes, que se especializou em contar as histórias das raízes do povo nordestino, e conta com direção geral de Mauro Mendonça Filho.
Pesquisa: Memória Globo
Fonte: https://glo.bo/x5xait